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Cavalo Crioulo

Autoria: Arthur Oscar Loureiro de Souza

Gaúcho bom da querência,
que pita fumo de rolo
e na canha tem consolo
salta em pelo no Bragado
me acompanha neste Brado
"Viva o Cavalo Crioulo."

Viva este pingo sem dono,
largado como índio vago,
que sem pena nem afago,
abandonado no Pampa,
mantêm, na fôrça e na estampa,
a tradição deste Pago!

Foi ele que transportou
no lombo, a gente guerreira
que elevou nossa bandeira
onde quer que houvesse rôlo
Foi o casco do Crioulo
que marcou nossa fronteira!

Andou com Bento Gonçalves
e, até onde a gloria vai,
como um vulto que não cai,
ficou como um promontório
Levou os bravos de Osório
aos campos do Paraguai!

Não só na história guerreira,
a sua glória se expande
onde quer que o valor mande
Escreveu sem diserepaneias
nas coxilhas das estâncias
toda a história do Rio Grande.

Jamais conheceu conforto.
Nascido pela canhada,
dormindo em cama de geada,
pastando solto no mais
pelos banhados baguais,
foi se criando em manada.

Por isso é matungo rijo
Como o sopro do minuano,
No osso tem bom tutano,
Morre seco e não se entrega
Como o mestiço, chô égua,
Que não vale um desengano.

E como, gaúcho amigo,
No pago canto de galo
te convido à exaltá-lo
E aos quatro ventos expô-lo
Viva o cavalo Crioulo
Porque o mais... não é cavalo!

 

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